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sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Bailinhos, nostalgia e a perda da inocência

Autor: Giuliano Barcelos

Lembro-me de quando eu era adolescente (nem faz tanto tempo assim) e participava de bailinhos nas garagens. Eu moro no interior de São Paulo desde os cinco anos de idade, mas imagino que na maioria das cidades este tipo de festa também acontecia.

Era bem engraçado: os meninos sentados de um lado, as meninas de outro. Sucessos românticos, e outros nada românticos como London London, gravado pelo RPM, tocando em uma vitrola. O que valia era o ritmo, pois a grande maioria era analfabeta em inglês.

Por vezes um corajoso se levantava e dirigia-se até uma menina convidá-la para dançar. Ou o sujeito tomava uma tábua, isto é, um belo não, ou então, todo feliz, conduzia a mini dama para a pista de dança improvisada na garagem.

É muito engraçado de lembrar: o menino colocava as mãos na cintura da menina, tentando aos poucos aproximá-la dele, enquanto a menina colocava as duas mãos no tórax do mancebo, travando os cotovelos de forma a ficar com os braços totalmente esticados para mantê-lo longe. Quando, depois de umas duas músicas o rapaz conseguia se aproximar da menina, digo aproximar, não encostar, então o cotovelo era acionado e novamente mantinha-se a distância de um braço.

Sei que alguns dos meus leitores devem estar rindo sozinhos ao se recordarem destas coisas.

Eu não era cristão nesta época, mas havia temor no meu coração e no da maioria deste adolescentes. Um casalzinho que dançasse colado era motivo até de escândalo. Beijar na boca então…ai, ai.

Mas hoje tudo está muito diferente.

O temor que havia nos adolescentes não-cristãos de 15, 20 anos atrás em geral não faz parte dos cristãos de hoje.

Existe um ministério focado em jovens e adolescentes chamado Geração Benjamim, cujo líder é o pastor Jeffery L. Fromholz. No site deles tem um e-book (livro eletrônico) chamado Liderando Lobos. É muito esclarecedor e que trata diversos aspectos da vida dos jovens de forma objetiva e sem máscaras.

Um dos dados mais reveladores e até estarrecedores diz respeito a uma pesquisa realizada com jovens e adolescentes cristãos e seguem algumas informações abaixo:

Numa pesquisa feita durante os últimos cinco anos com 5.000 jovens evangélicos de 22 denominações diferentes com relação à vida sexual mostra o resultado desses “relacionamentos naturais que fazem parte do crescimento de um jovem”.
- 52% perderam a sua virgindade como “crentes”;
- 26% deles estão ativos sexualmente (ainda estão praticando);
- A idade média para um rapaz (”crente”) perder a virgindade é 14 anos;
- A idade média para uma moça (”crente”) perder a virgindade é 16 anos;
- 17% das meninas entre 14 e 18 anos de idade que já perderam a virgindade estão grávidas ou já estão com um bebê no colo.
No mundo isso pode ser normal, mas, nós não somos desse mundo.

O tornar-se normal as coisas do mundo para os cristãos, como adolescentes com 16, 15 e às vezes até com bem menos que isto namorando. E alguns ainda com o consentimento dos pais.

Hormônios à flor da pele, o desejo de experimentar sensações aliado à falta de compromisso com a Palavra de Deus é um dos fatores que operam para termos resultados com os citados acima.

Fora isto, ainda temos a omissão dos pais, que acabam por tentar jogar a responsabilidade da educação cristã dos filhos a cargo da igreja.

Não quero que me entendam mal, pois meus comentários não são condenatórios, mas sim de alerta, visto que a grande maioria dos pais sentem-se impotentes quanto ao que fazer acerca da educação dos seus filhos. Não conseguem, nem de longe, acompanhar a evolução cultural e tecnológica a que seus filhos estão submetidos. Inclusive já comentei algo sobre a cultura de hoje no post Rafinha 2.0 - O retrato da geração C. Muitos também possuem dificuldades até mesmo para a leitura bíblica, visto que não tiveram as mesmas oportunidades de adquirirem conhecimento como seus filhos tem.

Mas o que não se pode deixar de fazer é orar pelos seus filhos, exercendo o papel de sacerdote do lar. Ore com a autoridade de pai que lhe é conferida, ore com imposição de mãos e profetize sobre a vida de seu filho.

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